domingo, abril 24, 2011

Domingo da Ressurreição: O Caminho da Esperança

É estranho, mas a verdade é que nenhum dos discípulos de Jesus esperava que ele, depois de sua morte vergonhosa na cruz, ressuscitasse. A morte foi temida por eles e a ressurreição descartada. Eles deviam tê-la esperado já que o Mestre lhes falou sobre ela em muitas ocasiões. Ouviram, mas não compreenderam, é o que parece.

O fato é que, depois da sua morte, todos os seus seguidores mais próximos fugiram ao perder toda esperança. Os antigos pescadores voltaram à beira do mar para retomar seus antigos afazeres. Tudo havia sido uma experiência transitória, cheia de sonhos, mas com um final triste.

Foi com este sabor de derrota que Jesus encontrou dois dos seus caminhando rumo à Emaús, uma aldeia situada a mais de 11 km a noroeste de Jerusalém. O sentimento de fracasso acompanhava as conversas destes dois caminhantes que, mesmo sabendo que algumas mulheres não haviam encontrado o corpo de Jesus e que um anjo lhes havia anunciado sua ressurreição, não criam. “...e nós esperávamos que era ele que ia trazer a redenção a Israel. E hoje é o terceiro dia desde que tudo isso aconteceu.” (Lucas 24.21).

Nem sequer a presença física de Jesus foi suficiente para que de uma vez por todas eles cressem: “Quando o viram o adoraram; mas alguns duvidaram.” (Mateus 28.17). E que tal o caso de Tomé, melhor conhecido como “o incrédulo”? Foi a ele que Jesus disse: “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e creia.” (João 20.27)

Mas algo extraordinário aconteceu àquele grupo de crentes débeis: Jesus, por meio de suas mais de dez aparições, demonstrou ter voltado à vida. Foi essa experiência de encontro pessoal com o ressuscitado a razão de sua transformação radical. A ressurreição, então, passou a ser a característica mais destacada da pregação desses primeiros cristãos: anunciaram a vitória da vida sobre a morte; o triunfo da esperança; o começo da vida nova e a certeza de nossa ressurreição.

Cristo ressuscitou. O efeito destrutivo da morte foi vencido pelo poder da vida outorgada por Deus. O mal e a morte não têm, pois, a última palavra. O reino de Deus atestou ser a razão final da História.

Jesus foi levantado dos mortos. O mesmo que morreu na cruz abandonou a tumba e está conosco. O amor de Deus e sua justiça triunfaram sobre a morte e a injustiça; também a verdade e a liberdade triunfaram. Seu reino foi inaugurado. O que nos resta senão optar por esse reino e nos comprometer com seus valores? A solidariedade, o amor e o serviço são os traços que identificam uma vida ressuscitada. Vivamos assim! “Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova.” (Romanos 6:4).


Harold Segura, no site Novos Diálogos.

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